sexta-feira, 31 de julho de 2009

Fio - "Mitos do Flamengo"



João Batista de Sales-

"Fio Maravilha, nós gostamos de você. Fio Maravilha, faz mais um pra gente ver." Jorge Ben

O sentimento que vinha das arquibancadas era delirante quando fio pegava na bola, desengonçado, dentuço, pés enormes, nem muito alto, nem muito baixo, porém bom caráter e simpático com os fãs.

"Um dia recebi uma carta de um tricolor que só não me chamava de santo, dizia o diabo, eu até tremi. Mas o azar foi dele, domingo tinha Fla-Flu, pedi pro Aimoré pra jogar, metemos 4x1, fiz dois. Sabem o que aconteceu? O mesmo torcedor escreveu, pedindo clemência, para esquecer tudo. Dali pra frente quase não perdi pro Flu, contra eles, é bicho certo!" -Fio.

Levado por seu irmão Germano (ex-ponta-esquerda do Flamengo, AC Milan e SE Palmeiras) ao Flamengo, João Batista começou a carreira no clube da Gávea, aos 15 anos. O jogador não era um craque, tinha um futebol "folclórico" e "desengonçado", mas era muito querido pela torcida flamenguista. Ganhou o apelido de "Fio Maravilha", após marcar o gol da vitória (3 a 2) de uma partida da equipe carioca contra o Benfica, de Portugal. Acabou homenageado até pelo cantor Jorge Ben com uma canção.

"Sucessor" de Almir e Silva no ataque rubro-negro, e de gols incríveis perdidos, o folclórico Fio caiu no gosto da galera, pela disposição e carisma, um ídolo, eternizado na letra da música.

Vive hoje nos Estados Unidos da América.

quarta-feira, 29 de julho de 2009

Perácio - "Mitos do Flamengo"


Jose Perácio-


Jose Perácio, o grande atacante Perácio do Flamengo e Seleção Brasileira, nasceu em Nova Lima (MG) em 02 de novembro de 1917 e faleceu no Rio de Janeiro 10 de março de 1977.

Foi um dos principais jogadores brasileiros nas décadas de 1930 e 1940, destacando-se pela força de seu chute tanto com o pé direito quanto com o esquerdo. O técnico Flávio Costa dizia que tinha um coice nos pés.

Em 1944, teve que interromper a carreira para defender o Brasil na Segunda Guerra Mundial. Foi um dos 25 mil pracinhas da Força Expedicionária Brasileira que combateram na Europa. Como motorista do marechal Cordeiro de Farias, acompanhou de perto a histórica tomada de Monte Castelo, em fevereiro de 1945, posição então administrada pelos alemães. Ao retornar ao Brasil, seguiu jogando futebol.

No Flamengo, conquistou os títulos cariocas em 1942, 43 e 44, e teve boas passagens por grandes clubes do Brasil.

Segundo o Almanaque do Flamengo, fez 119 jogos pelo clube, com 71 gols anotados.

segunda-feira, 27 de julho de 2009

Mozer - "Mitos do Flamengo"


José Carlos Nepomuceno Mozer-

Nascido no Rio de Janeiro em 19 de setembro de 1960, este excelente zagueiro clássico, desprezado nas categorias de base do Botafogo, por ser "de físico franzino", chega ao C.R. do Flamengo em 1980, e depara-se com aquela máquina de jogar bola, pronta para entrar em ação.

Em 1981 já tomava conta da zaga rubro-negra, e participou amplamente da campanha na Copa Libertadores, e fez uma ótima partida contra os "loirinhos" do Liverpool, que não conseguiram furar nossa defesa, no maior jogo da nossa história.

Fez 293 jogos pelo Mengo, e marcou 21 gols.

Numa entrevista à TV, declarou, em lágrimas:

-"...foi uma situação em que pude ter uma casa com piscina, com conforto, tudo graças à Zico, ao Flamengo, nunca tive a oportunidade de agradecer, agora sim, obrigado Zico, obrigado Flamengo..."

Após encerrar sua carreira de jogador, Mozer retornou a Lisboa e abriu um restaurante.

Hoje segue carreira de Treinador.

quinta-feira, 16 de julho de 2009

Garcia - "Mitos do Flamengo"


Sinforiano Garcia-

Nascido em 22/08/1924, Sinforiano Garcia, paraguaio de Puerto Pinasco, jogou por 10 anos no Flamengo, e foi um dos principais destaques do tricampeonato carioca de 53-54-55. Garcia fez mais de 250 partidas com o Manto, e com defesas seguras e arrojadas, ficou marcado na história do Fla, sendo um símbolo da raça e da dedicação rubro-negra.

O goleiro foi parar na Gávea após ser um dos maiores destaques da seleção paraguaia que disputou o Campeonato Sul-Americano de futebol no Brasil, em 1949. Depois da competição, acertou com o Rubro-Negro e se tornou ídolo nos anos 50, continuando sua brilhante carreira, ao lado de craques como Pavão, Dequinha e Índio.

segunda-feira, 13 de julho de 2009

Dequinha - "Mitos do Flamengo"


José Mendonça dos Santos- Dequinha

Este jogador de vigor físico, porém com técnica apurada, nascido no dia 19/03/1929, em Mossoró-(RN), chegou no Clube de Regatas do Flamengo no início da década de 1950, onde foi tri-campeão carioca, nos anos de 1953-54-55.

Sua posição era a de volante, e até mesmo como lateral direito, protegendo a defesa, roubando as bolas dos adversários de maneira precisa, utilizando-se de sua velocidade e força física, e levantava a galera com suas arrancadas no gramado do recém construído estádio Mário Filho, o Maracanã.

Disputou a Copa do Mundo de 1954, na Suíça, e pelo clube, foi titular absoluto até o fim de sua carreira, em 1960, quando passou seu lugar para o promissor meia Carlinhos, que mais tarde provou ser um sucessor à altura.

Faleceu em 29 de setembro de 1997.

sexta-feira, 10 de julho de 2009

Valido - "Mitos do Flamengo"


Agustín Valido-

Nascido em 31 de Janeiro de 1914, Agustín Valido foi um jogador de futebol argentino de Buenos Aires que foi ídolo no Flamengo, marcou 45 gols em sua passagem sendo o mais importante na final do Campeonato Carioca de 1944 que garantiu o primeiro Tricampeonato carioca do Flamengo em sua história.

Mas sua história é especial. Agustín largou o futebol ao fim do campeonato de 1942, e era um próspero industrial no Rio de Janeiro, só pensava no futebol como torcedor do "Mais Querido".

No entanto, faltando dois jogos para o término do campeonato de 1944, deu um pulinho na Gávea para dar apoio moral para seus amigos ( e também disputar uma pelada com operários da sua gráfica) e, curiosamente, o treinador Flávio Costa, sem poder contar com Perácio (servindo ao Exército) e Pirillo (com uma "inflamação" nas partes baixas), convida o argentino, de 37 anos, para disputar as partidas derradeiras.

Relutante, Valido aceitou convite do técnico Flávio Costa, e voltou aos gramados, depois de 2 anos sem ver uma bola, marcando presença na acachapante goleada de 6x1 contra o Fluminense.

O esforço na partida deixou Valido quase incapaz de andar, e ainda contraiu um resfriado no decorrer da semana decisiva. Flávio Costa, teimoso como sempre, não abria mão de sua presença na partida contra o Vasco, e lá foi o febroso argentino, trocando pijama por uniforme, para a grande partida.

Durante o transcorrer do jogo o Flamengo parecia com 10 em campo, pois Agustín Valido apenas fazia número na ponta direita, e o Vasco aproveitava pressionando, até que a quatro minutos do fim, uma falta é marcada para o Flamengo, na lateral esquerda da área vascaína. Vevé cruzou, e no meio do tumulto, um quase moribundo Valido saltou mais que o zagueiro Argemiro e testou para as redes.

Uma vitória com o DNA Rubro-Negro: no fim do jogo, suada, heróica, inesquecível, e em cima do Vasco.

O jogador era pura simpatia e afirmou que o Flamengo foi a maior emoção de sua vida.

Campeão carioca de 1942 e 1944, marcou 45 gols em 143 jogos. Este argentino de alma Rubro-Negra está nas memórias saudosas dos verdadeiros flamenguistas.
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Partes extraídas do livro : "Flamengo- O vermelho e o Negro", de Ruy Castro.

terça-feira, 7 de julho de 2009

Bria - "Mitos do Flamengo"


Modesto Bria-

O paraguaio Modesto Bria, nascido na cidade de Encarnación, em 3 de Agosto de 1922, centromédio do tricampeonato do Flamengo da década de 40, formou com Biguá e Jaime de Almeida uma das linhas médias mais eficientes do futebol brasileiro.

Trazido de Assunción (para alguns sequestrado) em um monomotor por Ary Barroso, aos 18 anos de idade, escondido dos dirigentes de seu clube, substituiu Artigas nas seis partidas derradeiras do campeonato de 43.

Modesto Bria deu início à tradição dos grandes paraguaios do Flamengo.

Participando ativamente dos campeonatos seguintes, estando presente inclusive na memorável peleja contra o Vasco da Gama, esta na Gávea, na decisão de 44, na qual o argentino Valido destruiu o rival com uma grande cabeçada. Disputou ao todo 369 jogos marcando 8 gols.

Bria, ainda, enquanto treinador das categorias de base do clube da Gávea, quase não acreditou quando o jornalista Celso Garcia lhe apresentou, em meados de 1967, um garotinho pequeno, para que lhe colocasse nos treinos.

Este menino era Zico.

domingo, 5 de julho de 2009

Norma - "Mitos do Flamengo"


Norma Rosa Vaz-

Nascida em Uberlândia, foi uma grande jogadora de vôlei do Flamengo e da seleção brasileira.

Ela era uma jogadora versátil, pois além do vôlei, competiu também no basquete e no atletismo, conquistando diversos títulos e medalhas nesses esportes durante as décadas de 50 e 60, tornando-se logo ídolo da torcida do Flamengo.

Como jogadora de vôlei fez história no Flamengo, e teve grandes passagens pela Seleção Brasileira e Carioca. Também teve uma breve passagem pelo Vasco, antes de se tranferir para o Flamengo, porém saiu insatisfeita com os dirigentes vascaínos.

Pela Seleção participou do Pan de 1955 (Cidade do México), onde o Brasil conquistou o terceiro lugar, além de ter disputado o Pan de 1959 (Chicago) e de 1963 (São Paulo), nos quais o Brasil sagrou-se campeão.

sábado, 4 de julho de 2009

Babá - "Mitos do Flamengo"


Mario Braga Gadelha-

Nascido em 24 de Março de 1934, um jovem cearense, que chegou à Gávea em 54 e foi muito importante na história do Flamengo. Jovem e inexperiente, teve que lutar muito contra a desconfiança da torcida rubro-negra. Encontrou pela frente marcadores de elevada estatura, que muito exigia nas jogadas executadas pelo alto.

Bábá possuia somente 1,54 m de altura, sendo talvez o menor jogador já aparecido no futebol carioca. Nasceu na cidade de Fortaleza, recebeu na pia batismal o nome de Mário Braga Gadelha, mas é conhecido simplesmente por Bábá ou ainda Anão Zezinho.

O jogador começou a ganhar espaço no rubro-negro após a saída de Zagallo, e formou ataque ao lado de Gérson, Joel, Henrique Frade e Dida. Outros craques que também foram companheiros de Babá no Fla foram Jadir, Jordan, Fernando, Dequinha e Carlinhos.

Do Flamengo, foi para o México, onde ficou até 1967, e de onde voltou para encerrar a carreira no Ceará, em 1968.

quarta-feira, 1 de julho de 2009

Júlio César Uri Geller - "Mitos do Flamengo"


Júlio César da Silva Gurjol, o Uri Geller-

Nascido no Rio de Janeiro, em 3 de março de 1956, este ponta-esquerda, muito habilidoso, marcou época aterrorizando os marcadores com dribles rápidos e inteligência ímpar.

Além de entortar zagueiros, assim como o verdadeiro Uri Geller entortava colheres, participou do tricampeonato carioca de 1978-79-79 (especial), atuando ao lado de eternos ídolos e cracaços de bola como Júnior, Andrade e seu grande companheiro Adílio.

Entre 1975 e 1981, vestiu a camisa rubro-negra em 134 partidas, marcou 10 gols, e ainda faturou o Campeonato Brasileiro de 1980, o primeiro do Clube de Regatas do Flamengo.

Passou por outros clubes do Brasil e do exterior, mas sempre será lembrado por suas atuações pelo rubro-negro.

Em 90, após encerrar a carreira, fez o curso de educação física para ex-jogadores pelo CREF (Conselho Regional de Educação Física). Ele é professor no Centro de Futebol Zico desde a sua fundação.